O executivo e ex-CEO da EIG Mercados, Valter José Kobori, afirmou que seu nome foi usado pelos proprietários da empresa para dar peso a delação e seus benefícios. A acusação é feita no pedido de habeas corpus feito pela defesa do empresário junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele foi preso durante a deflagração da Operação Bônus, segunda fase da Operação Bereré, no último dia 9 de maio.
Em sua defesa, divulgada pelo site Midianews, Kobori usa seu currículo e ressalta que só assumiu a gestão da EIG Mercados depois de muita insistência dos sócios, e por conta de seu preparo. “Kobori assumiu depois de muita insistência dos sócios dela devido ter mostrado indiscutível preparo para o exercício durante o tempo em que atuou na assessoria externa da mesma empresa”.
Os advogados de Kobori voltaram a afirmar que ele não foi intermediador das propinas pagas pela EIG ao ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, e seu irmão, Pedro Jorge Zamar Taques, ambos primos do governador Pedro Taques (PSDB). Para a defesa, o uso do nome do ex-CEO pelos proprietários da EIG, José Henrique Ferreira Gonçalves e José Henrique Neto, foi para dar um "peso maior na delação".
“Recaída a investigação sobre esses (José Neto e José Henrique), vislumbraram na tática da delação premiada uma oportunidade para amainar a punibilidade daquilo que estão sendo acusados e com esse intuito reprovável passaram a imputar falsamente crimes ao ora Paciente, Sr. José Kobori, que exercera, no passado, a função de CEO da empresa FDL/EIG. Com essa ‘informação’(?) deveras atrativa passaram a sustentar que os valores percebidos pelo Sr. José Kobori a título de bônus da empresa seriam, em ilustração fantasiosa de mentes desesperadas, destinados a pagamento de propina ao Sr. Paulo Taques por meio de seu irmão, o advogado Sr. Pedro Zamar Taques [...] Interrogado, o Paciente esclareceu ao GAECO/MT todos os pontos que o atingem nas malfadadas ‘delações’”, diz a defesa.
Outra tese defendida pela defesa está no currículo de Kobori. Os advogados relatam que o ex-CEO é uma das maioridades do país na área financeira. Eles também apontam que o fato está abalando sua família e seu histórico profissional.
“Enfim, cidadão de trajetória ímpar, caso de sucesso que se destaca na grande massa populacional padrão, que jamais deu azo a essa reprimenda desprovida de sustentação, o Paciente se encontra preso preventivamente há mais de 20 dias a pedido do Ministério Público e sob a bênção da relatoria do caso junto ao e. TJMT. Fato que lhe machuca no âmago, abala enormemente sua família e mancha de forma irreparável todo um histórico de luta e trabalho construído ao longo de anos de dedicação”, completa.
+Marcelo F
Sexta-Feira, 01 de Junho de 2018, 17h44bernardes
Sexta-Feira, 01 de Junho de 2018, 17h41SERVIDOR P?BLICO ESTADUAL
Sexta-Feira, 01 de Junho de 2018, 15h54