Prefeita de VG exonera marido e deve fazer "strike" em indicados de vereadores

 

A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), irá exonerar nesta sexta-feira (28) seu marido, o secretário de Assuntos Estratégicos, Carlos Araújo. A medida será tomada após a Câmara Municipal ter derrubado o veto do projeto de lei que exige apresentação de currículo acadêmico e profissional aos secretários, subsecretários e superintendentes.

No entanto, a gestora fará um pente fino e exigirá o diploma de vários nomeados, inclusive indicados por parlamentares que votaram pela exigência, o que pode resultar em uma série de exonerações. A Câmara Municipal derrubou, na última segunda-feira (24), o veto total da prefeita Flávia Moretti à Lei Municipal nº 5.362/2024, de autoria do vereador Bruno Rios (PL), que exige apresentação de currículo acadêmico e profissional, bem como justificativa, em determinadas nomeações dentro da administração pública municipal.

Do total de 21 parlamentares, 14 votaram a favor da derrubada do veto, enquanto 4 votaram para mantê-lo e três se abstiveram de votar. O vereador Caio Cordeiro não compareceu à sessão por motivo de saúde e o presidente da Casa, Wanderley Cerqueira (MDB), conforme o regimento, não votou.

Na prática, a proposta exige nível superior para quem for nomeado secretário no município e complica a situação do marido da prefeita, Carlos Araújo, que atualmente exerce o cargo de secretário de Assuntos Estratégicos. Também já existe uma decisão judicial que barra casos de nepotismo em Várzea Grande, mas a prefeita recorreu da decisão e avisou que não iria exonerar o marido.

No entanto, a medida pode ter sido um tiro no pé dos vereadores Charles da Educação (UB), Gisa Barros (PSB), Jero Neto (MDB), Braz Jaciro (PSDB), Feitoza (PSB), Alessandro Moreira (MDB), Dr. Miguel Junior (Cidadania), Adilsinho (Republicanos), Raul Curvo (Republicanos), Wender Madureira Filho (Republicanos), Carlinhos Figueiredo (Republicanos), Sargento Galibert (PSB), Cilcinho (PV) e o autor do texto, Bruno Rios (PL).

Isso porque, por conta da nova lei, Flávia Moretti exigiu que os secretários apresentem os próprios diplomas, assim como os de seus subsecretários e superintendentes. A determinação da prefeita deve resultar na exoneração de vários nomes dos cargos, inclusive pessoas indicadas aos postos justamente pelos vereadores que votaram pela derrubada do veto.