Prefeitura dará passagens para mendigos deixarem Cuiabá: "terra sem lei"

 

O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), apresentou durante entrevista ao Programa Tribuna, da Rádio Vila Real, nesta sexta-feira (17), um plano para lidar com a presença de moradores de rua na região central da cidade, além do entorno da rodoviária. O gestor disse ainda que sua proposta de fornecer passagem para tirá-los de lá e mandá-los para onde quiserem ir deverá ser levada à Câmara de Vereadores. 

“Tudo que a gente puder fazer para tirar as pessoas de lá no sentido que não estimule a permanência delas a gente fará. Agora tudo que estimula a permanência delas nós não vamos investir, ou seja, não daremos mais marmitas, não forneceremos apoio ou assistência para que ninguém fique naquele local. Isso que faziam de distribuir 600 marmitas por dia não ajuda, ajuda a permanecer lá”, afirmou. 

As medidas anunciadas visam desestimular a permanência dessas pessoas no local, com a implantação de abordagens sociais e o reforço na segurança pública. Em substituição, a prefeitura pretende intensificar a presença de assistentes sociais no local, com o objetivo de convencer os moradores de rua a buscar tratamento e apoio como o localizado na Secretaria Municipal de Assistência Social, na Avenida das Torres. 

“Vamos limpar aquele local, colocar câmeras de segurança como o Vigia Mais MT para monitorar e identificar os traficantes ou qualquer outra pessoa irregular. Vamos colocar assistente social para fazer um trabalho de convencimento para que essas pessoas busquem o tratamento adequado e sair dessa situação. Eles estão destruindo a própria vida deles, não estou falando da estética da cidade, eles estão padecendo naquele local, é quase um suicídio coletivo”, avaliou. 

Questionado se manteria sua proposta de campanha e fornecer passagem para tirá-los de lá e mandá-los para outros lugares, inclusive outros estados, Brunini disse que sim. Durante campanha eleitoral, ele foi acusado pelo procurador de Justiça, José Antônio Borges, do Ministério Público Estadual por promover aporofobia (aversão aos pobres) em peça publicitária exibida no horário eleitoral gratuito.

“Sim, mas ai a gente tem que aprovar em lei ainda para que isso possa acontecer, mas nesse primeiro momento a gente vai fazer isso, levar ao centro de apoio. Se a gente demora a dar uma assistência social acontece o que aconteceu com essa mulher grávida, que morreu com suspeita de overdose, tem gente que morre de facada, é uma terra sem lei”, afirmou. 

Por fim, o prefeito garantiu que a Secretaria Municipal de Ordem Pública (SORP), continuará fiscalizando e fechando comércios e estabelecimentos que fomentem o tráfico de drogas e prostituição nessas regiões, como ocorreu no Porto “Nós vamos fechar todos os estabelecimentos que derem subsídios ao uso irregular de suas atividades, eles não terão alvará para funcionar”, alertou.