Mesmo com a retirada de pauta do projeto de lei que previa a readequação do pagamento do recesso escolar de 15 dias para os professores da rede municipal de Cuiabá, a categoria por meio do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) lotou as galerias da Câmara Municipal para protestar na sessão desta terça-feira (15). Os ânimos ficaram exaltados quando o vereador Tenente-Coronel Dias (Cidadania) subiu na tribuna para criticar a atitude dos profissionais.
“Me ouçam, por favor. O prefeito ontem foi sensível e nós vereadores também fomos à causa de vocês e não tô entendendo e digo mais, é por isso que a Educação de Cuiabá vai ser bem cuidada por nós e fizemos a proposta de que o período de recesso será remunerado. Nós estamos com os professores e isso será um ganho que não foi feito por Sintep não, mas sim conquistado pelos vereadores dessa Casa, isso não será usado de forma política”, disse aos berros.
Em seguida, ao ouvir uma representante da categoria, Dias trocou breves palavras com o ex-vereador Robinson Cireia (PT), que também é professor e sindicalizado. Na filmagem do Parlamento Municipal, é possível ver que durante o diálogo o petista tenta acalmar o parlamentar.
Enquanto usava a tribuna, Dias chegou a pedir ajuda de Cireia para conter as vaias dos profissionais da educação. Ocorre que na segunda-feira (14), durante a apresentação do balanço dos primeiros seis meses de gestão, um dos momentos mais marcantes foi o debate sobre o direito a 45 dias de férias dos professores da rede municipal.
Apesar de já ter encaminhado ao Legislativo um projeto que corrigia o pagamento do adicional de férias, limitando-o a 30 dias — sob o argumento de conter o impacto superior a R$ 30 milhões ao erário. Abilio ouviu as reivindicações dos parlamentares e anunciou que reconsiderará a proposta.
Na sessão, o tema voltou a ser debatido pelos parlamentares. “Sou contra retirar os benefícios dos professores, que já foi passado por essa Casa, aprovado e os professores são os que trabalham, cuidam dos nossos filhos, tem que ser reconhecidos e valorizados, porque na realidade as mães saem para trabalhar e largam os filhos nas escolas com a responsabilidade do professor educar, ensinar e cuidar”, criticou Baixinha (SD).
Daniel Monteiro (Republicanos) foi mais técnico e afirmou que a tentativa de “pressão” por parte do prefeito não funcionou. “O Executivo quer promover a piora da categoria, e pior à revelia da lei. Esse direito é diferente para os profissionais da educação porque ele precisa ser tratado diferente, ele é submetido a um estresse sem igual, saúde mental, é uma dificuldade gigantesca ser professor nesse país que não os valoriza”, desabafou.
Maysa Leão (Republicanos), que é filha de professores, destacou que a cresceu vendo os pais trabalhando em casa e isso faria ser contra retirar direitos consquistados pela categoria. “Todo mundo fala de educação o tempo todo e na hora de valorizar não tem verba? É inaceitável e eu tinha certeza que essa Casa não seria inerte. Essa permissão existe, foi aprovada e está na Lei Orgânica desde 2020 e Emanuel não pagou porque não pagava, não cumpre com suas palavras. Agora quem tem coragem de tirar um direito garantido, conquistado na luta. Eu não tenho coragem e nem serei inerte”, afirmou.
Já Eduardo Magalhães (Republicanos) reiterou que a Câmara Municipal nunca votou contra servidores públicos. “Essa Casa nunca votou contra servidores, o prefeito Abilio trouxe essa demanda, viu a percepção negativa e já retirou”, asseverou.
A primeira secretária do Parlamento, Katiuscia Mantelli (PSB), enfatizou que o projeto já foi retirado de pauta pelo prefeito. “A gente sabe o quanto um professor valorizado significa no bom resultado da educação dos nossos filhos e jovens. Não é hora de tirarmos direito, mas sim de respeitar esses direitos. Vamos encontrar uma solução, esse projeto não está mais aqui”, afrimou.
Por fim, diante de vaias vindo das galerias, a presidente Michelly Alencar (UB) cobrou respeito. “Hoje os senhores estão aqui para reivindicar um direito que ontem nós vereadores estávamos defendendo. Foi o trabalho de todos nós que fez o prefeito recuar da decisão, ele chegou aqui convicto disso. Não entendo essa revolta conosco, é muito triste isso, é um posicionamento unanime que já foi retirado de pauta. Deveriam estar ao nosso lado e não nos vaiando”.
Maria Auxiliadora
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