Presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Eduardo Botelho (União) subiu o tom e mandou recado aos colegas de partido na manhã desta segunda-feira (20) em relação às articulações que já estão em andamento nos bastidores para as eleições de 2024. O parlamentar concordou com o senador e aliado Jayme Campos (União), afirmando que não irá aceitar uma candidatura "goela abaixo" na cobiçada disputa pela Prefeitura de Cuiabá, que promete ser acirrada.

A candidatura à qual Botelho se refere é o nome do presidente do Diretório Estadual do União Brasil, Fábio Garcia, atualmente deputado federal. Ele tem sido aventado como possível nome do União para a disputa e para isso contaria com "apoio irrestrito" do governador Mauro Mendes. “É claro que não vamos aceitar [uma candidatura goela abaixo] e o senador está correto nisso. Agora se for fazer pesquisas tudo bem”, disparou Botelho. 

Para o deputado, só existem dois nomes dentro da legenda que estão aptos para concorrer às eleições municipais, já descartando os secretários Mauro Carvalho (Casa Civil), Gilberto Figueiredo (Saúde) e Rogério Gallo (Fazenda). ”Na verdade só tem dois nomes dentro do UB, o meu e o do Fábio Garcia, os outros estão fora. Se lá na frente o nome dele for definido, tiver mais viabilidade eu não tenho problema nenhum e se for o meu que estiver mais viabilidade que também esteja comigo”, pontuou.

Botelho defendeu ainda que a sigla bata o martelo e defina até outubro deste ano o nome que irá representar o partido, para que o pré-candidato possa ter tempo de se articular com outros partidos e angariar outros apoios. Contudo, revelou que seu concorrente já estaria fazendo essas articulações dentro do próprio partido, a começar pela advogada e suplente de deputada federal, Gisela Simona. 

“As articulações já estão sendo feitas, Fabinho está se articulando. Senta com Gisela, senta com não sei quem e isso faz parte. Agora, não venha dizer que isso não é um trabalho, é sim um trabalho e é natural. Assim como eu estou fazendo, to colocando a cara, indo em bairros mostrando que posso ter uma opinião pública onde veja o deputado trabalhando, que eu tenho condições sim [de disputar]”, afirmou.

No entanto, apesar de mencionar suas visitas aos bairros de Cuiabá, o parlamentar enfatizou que não está em campanha política. “Nós estamos focados aqui em Cuiabá porque ainda não começamos a fazer a Assembleia Itinerante no interior, mas nós vamos pro interior também. Ninguém está fazendo campanha para prefeito. É ilegal”, concluiu. 

NOMES DO UNIÃO

O União Brasil possui pelo menos cinco nomes aventados como virtuais para encabeçar a disputa pela Palácio Alencastro em 2024. Na última semana dois deles: Eduardo Botelho e Fábio Garcia sinalizaram um possível embate pelo apoio do governador. Diante disso, a legenda cogita realizar pesquisas internas para decidir quem tem mais chances de se eleger prefeito da Capital e derrubar um possível aliado do atual gestor, Emanuel Pinheiro, inimigo político declarado do governador. 

Contudo, caberá ao chefe do Executivo Estadual bater o martelo definitivo sobre quem irá apoiar. Fabinho é o mais cotado, uma vez que é considerado o "braço direito" de Mendes, desde sua gestão como prefeito de Cuiabá, entre 2013 e 2016, quando Fágio Garcia foi seu secretário de Governo. Botelho por sua vez, não é bem quisto pela primeira-dama do Estado, Virgínia Mendes, por não ter apoiado a criação do projeto SER Família, programa articulado por ela própria que está à frente da Secretaria de Estado de Assistência Social.