Os taxistas em Cuiabá abriram mão da cobrança tradicional da bandeira dois no mês de dezembro. Esta bandeira, usada integralmente durante o último mês do ano (independente de dia e horário) era adotada há mais de uma década em Cuiabá. A viagem mais cara neste período é legal e era uma espécie de 13° dos taxistas.
Contudo, segundo o presidente da Associação Mato-grossense dos Taxistas Abel Arruda, a categoria decidiu por continuar a tarifa normal neste mês. “Em Cuiabá está na lei o direito a esta cobrança. Mas, diante da crise, resolvemos por não fazer. Em Várzea Grande, alguns taxistas já falam em também não cobrar”, disse.
A bandeira 2 tem a tarifa de R$ 4,54 e é cobrada durante todo o ano aos sábados após as 12 horas, domingos, feriados e no período noturno em toda a semana de 20 horas às 6 horas da manhã. No mês de dezembro, a cobrança pode ocorrer independentemente de dia e horário.
Já na bandeira 1 é de segunda a sexta-feira das 6 as 20 horas e de sábado das 6 as 12 horas e custa R$ 3,24. A bandeirada (valor fixo do taxímetro ao entrar no carro) é estabelecida em R$ 4,80. Enquanto na bandeira 1, o valor aumenta devagar, o da bandeira 2, o valor sobe mais rápido. A corrida com a bandeira 2 pode custar até 30% mais cara.
Um dos motivos para os taxistas não adotarem a bandeira 2 seria a queda no movimento causado pela crise financeira. “Temos ainda o agravante de que em Mato Grosso tudo é mais caro, principalmente o combustível. Tivemos uma queda de mais 50% nas corridas. Hoje, não adotar a bandeira 2 em dezembro é até uma questão de sobrevivência, afinal, melhor o pouco do que o nada”, disse Abel.
Além disso, a Uber começou a funcionar na capital no dia 25 de outubro. Abel confirma que, além de “bagunçar” todo o sistema, a Uber, sem dúvidas tem um impacto na queda das viagens dos taxistas. “Se continuar deste jeito a profissão deve acabar”, afirma.
Atualmente, 604 taxistas circulam em Cuiabá. Nos últimos dias, lidar com a presença da Uber em Cuiabá, com a crise financeira e se manter financeiramente, tem sido um grande desafio para os taxistas. Arruda confirma que em relação ao Uber, não é justo que o aplicativo funcione em Cuiabá, uma vez que a concorrência é desleal. Além disso, ele diz que a segurança do passageiro é colocada em risco ao seguir viagem com um motorista que não é credenciado com a Prefeitura de Cuiabá. Ele frisa que os taxistas já estão há 70 anos no mercado.
O grande problema, segundo Abel, é que o aplicativo Uber seria “uma ilusão”, uma propaganda enganosa. “O trabalhador não quer deixar sua família passar necessidade aí vai para este serviço enganoso. O carro é do motorista, a gasolina é do motorista e o aplicativo fica ainda com 25% do lucro. Isso é uma escravidão”, afirmou Abel Arruda.
Junior cpa
Domingo, 11 de Dezembro de 2016, 10h49Jackson
Sábado, 10 de Dezembro de 2016, 21h01Henrique Lopes
Sábado, 10 de Dezembro de 2016, 18h40Jo?o Marcos
Sábado, 10 de Dezembro de 2016, 12h30Marcelo
Sábado, 10 de Dezembro de 2016, 12h06