A Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos do Distrito Federal (DRCC/DF), vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), deflagrou, na última quarta-feira (22/5), a Operação Clã Extorsion, que resultou na prisão de dois líderes de um grupo criminoso responsável por uma série de extorsões envolvendo vídeos de nudez.
A ação contou com o apoio da Polícia Civil de Santa Catarina e ocorreu nas cidades de Tijucas e Canelinha, onde foram capturados dois homens, de 33 e 26 anos, apontados como os principais articuladores do esquema. Segundo as investigações, o grupo agia em todo o Brasil, com ao menos sete vítimas identificadas no Distrito Federal.
A quadrilha utilizava sempre o mesmo modus operandi: frequentava salas de bate-papo na internet se passando por pessoas interessadas em relacionamentos afetivos. Após conquistar a confiança das vítimas, os criminosos as convenciam a enviar vídeos íntimos. De posse desse material, iniciavam as extorsões, ameaçando divulgar as imagens a familiares — incluindo filhos menores — caso não fossem pagos os valores exigidos.
As investigações confirmaram que, em casos de resistência, os criminosos cumpriram as ameaças e divulgaram os vídeos às famílias das vítimas, causando grande constrangimento e danos psicológicos.
De acordo com a DRCC, o grupo tinha como alvo principal homens homossexuais, aproveitando-se da vulnerabilidade e do temor social enfrentado por esse público.
Além das prisões, a operação resultou na apreensão de diversos celulares e notebooks utilizados para a prática dos crimes. Nos dispositivos, foram encontrados inúmeros arquivos de nudez de diferentes vítimas.
A Polícia Civil também identificou pessoas que auxiliaram o grupo, principalmente no fornecimento de contas bancárias usadas para pulverizar e ocultar os valores extorquidos, dificultando o rastreamento das transações.
As investigações revelaram ainda que os líderes do grupo ostentavam uma vida de luxo, incompatível com seus rendimentos declarados, adquirindo carros e motocicletas importadas com o dinheiro das extorsões.
As contas bancárias dos envolvidos foram bloqueadas e os veículos apreendidos, com a expectativa de que sejam futuramente revertidos ao patrimônio público.
Os presos e os demais envolvidos confessaram participação no esquema criminoso e responderão pelos crimes de extorsão, associação criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas podem somar até 23 anos de prisão.