Polícia Sexta-Feira, 23 de Maio de 2025, 18h:52 | Atualizado:

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FORMATURA

Casal fez promoções para reunir dinheiro

 

MARIANA DA SILVA
Gazeta Digital

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As investigações que culminaram nas prisões de Márcio Júnior Alves do Nascimento e Eliza Severino da Silva apontam para uma “atuação coordenada e tomada de decisões estratégicas" na gestão da empresa Imagem Eventos, que lesou milhares de formandos em Cuiabá e Várzea Grande. Pouco antes da empresa encerrar atividades, promoções de álbuns de fotografias eram divulgadas ao custo de até R$ 20 mil por cliente. Além disso, há indícios de que familiares de um dos gestores também estariam envolvidos, auxiliando na ocultação de bens e na continuidade da exploração comercial dos serviços.

Estes apontamentos constam em decisão que balizou a Operação Ilusion. Alvos da operação, o casal de empresários Elisa Severino, 51, e Márcio Nascimento, 49, se entregaram à Polícia Civil, na manhã de quarta-feira (21). Elisa se apresentou na delegacia de Maringá, no Paraná. Já Márcio na sede da Delegacia do Consumidor (Decon).

São citados também Antonia Alzira Alves do Nascimento, mãe de Márcio, e também Marcos Vinicius Alves do Nascimento, irmão de Márcio. A atuação da mãe se daria como "laranja", já que, embora a empresa estivesse formalmente registrada em seu nome, ela não exercia qualquer papel na administração do negócio.

Já o irmão, Marcos Vinicius, seria dono da Vini Produções, empresa registrada em seu nome e sediada em João Pessoa (Paraíba). A empresa prestaria serviços para a Imagem, segundo os autos, “buscando garantir sua continuidade no mercado de formaturas, mesmo após o fechamento da Imagem Eventos”. 

 

É dito ainda que no dia 30 de janeiro de 2025, véspera do encerramento das atividades da empresa, Marcos Vinicius compareceu de forma inesperada à sede da Imagem, e supostamente por determinação de Eliza, retirou todos os 23 cartões de memória da empresa, nos quais estavam armazenados os registros fotográficos e videográficos das formaturas contratadas.

As fotografias são um ponto determinante da atuação do grupo, pois pouco antes do fechamento da empresa, a gestão teria determinado que fossem promovidas diversas promoções para intensificar os lucros, especialmente de conteúdo fotográfico. Outra empresa, a Graduar Decoração e Fotografia LTDA., de propriedade de Eliza, operava no mesmo endereço da Imagem, atuando ambas de forma unificada.

Conforme relatos, Márcio e Eliza teriam convocado uma reunião, anunciando uma campanha promocional para antecipação das parcelas de fevereiro e março para os formandos adimplentes, oferecendo descontos entre 10% e 15%. Durante essa reunião, Eliza teria demonstrado preocupação quanto à possibilidade de os clientes desconfiarem da medida, ao que Márcio respondeu que não importava a reação dos formandos e que a equipe deveria seguir com a campanha de antecipação

A promoção teve como prazo final 30 de janeiro de 2025, um dia antes do encerramento oficial das atividades da empresa, e foi aderida por muitos formandos atraídos pelos descontos concedidos.

A venda antecipada de álbuns fotográficos era voltada especialmente para turmas de Medicina, como já reportado pelo GD, um dos cursos mais lucrativos e visados pela empresa. O valor cobrado por esse serviço chegava a R$ 20 mil por estudante e os arquivos fotográficos dos eventos permaneciam sob posse exclusiva da Imagem, motivo pelo qual muitos formandos e familiares que adquiriram os materiais ainda não os receberam.

Eliza seria apontada como a responsável por coordenar a retirada dos cartões de memória da empresa, impedindo que funcionários realizassem backup dos arquivos físicos e em nuvem, o que na visão dos investigadores, demonstra “a intenção de ocultar as provas dos crimes praticados; e, mesmo ciente da situação financeira da empresa, continuava a captar novos clientes, demonstrando seu dolo em causar prejuízo aos formandos”.

Ademais, a investigação revelou que Márcio e Eliza, "agindo em conluio, implementaram estratégias para maximizar os ganhos financeiros da Imagem e Eventos antes de seu fechamento".

“A investigação policial também evidenciou que os investigados se uniram para obter vantagem ilícita, induzindo clientes e seus familiares a erro, e continuaram a explorar o material fotográfico das vítimas mesmo após o fechamento da Imagem e Eventos, demonstrando a continuidade da conduta criminosa”, cita. 





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