Polícia Segunda-Feira, 21 de Julho de 2025, 17h:05 | Atualizado:

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CASO RENATO

Policial chama pistola de "bomba de tereré" e cobra devolução na Rotam em Cuiabá

Arma foi alterada para tiros serem disparados em rajadas

BRENDA CLOSS
Da Redação

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O policial militar Ícaro Nathan Santos Ferreira "cobrou" dentro do Batalhão da Rotam, no bairro Dom Aquino, em Cuiabá o colega de farda, Heron Teixeira Pena Vieira, a devolução da arma utilizada para assassinar o advogado Renato Nery cerca de 10 dias depois do crime. Para não levantar suspeitas, chamou a pistola de “bomba de tereré”.

A informação consta na denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT). “Aproximadamente 10 dias após o crime, Ícaro cobrou pessoalmente a devolução da arma de Heron, em conversa presenciada por testemunhas nas dependências do Batalhão Rotam, ocasião em que disse: ó cara preciso que cê desenrola pra me devolver a situação lá, referindo-se à pistola como "bomba de tereré”, diz a representação.

As investigações revelaram que o também policial militar Jackson Pereira Barbosa atuou como intermediário principal entre os mandantes, casal de empresários Julinere Goulart Bentos e Cesar Sechi, e o núcleo executor do crime, composto por Heron e o caseiro dele, Alex Roberto de Queiroz Silva. Conforme depoimentos colhidos, inicialmente Jackson apresentou o "serviço" a Heron como sendo uma encomenda de seu "sogro", oferecendo o valor de R$ 200 mil pelo assassinato do advogado.

Jackson foi responsável por repassar informações cruciais para a execução do crime, incluindo o endereço exato do escritório da vítima. Durante encontros realizados em Primavera do Leste, atuou na coordenação dos detalhes da operação criminosa, utilizando-se, para os deslocamentos, de veículos Toyota Hilux SW4, de cor branca, e Mercedes-Benz.

Após a execução do crime, ele realizou pagamentos parciais através de Ícaro que serviu como intermediário para o repasse de envelope contendo aproximadamente R$ 40 e R$ 50 mil em notas de duzentos e cem reais a Heron no bairro Chapéu do Sol, em Várzea Grande. “Conforme amplamente demonstrado pelas investigações e depoimentos de Kaster Huttner Garcia, Ícaro foi responsável por fornecer a pistola Glock, modelo G17, calibre 9mm, equipada com adaptador de automação para disparos em rajada, que foi posteriormente utilizada no homicídio. Esta arma foi entregue a Heron Teixeira Pena Vieira nas dependências do próprio batalhão”, descreve o MP. 

Além de Ícaro, Jackson e Heron, outros quatro policias militares têm envolvimento com o homicídio. São eles: Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins.

Esse quarteto é investigado por forjar confronto envolvendo arma do crime cerca de oito dias depois. Eles respondem pelos crimes praticados, segundo a denúncia, contra Walteir Lima Cabral (homicídio consumado) e Pedro Elias Santos Silva e Jhuan Maxmiliano de Oliveira Matsuo Soma (tentativas de homicídios).

Os quatro policiais foram denunciados por fraude processual — por alteração da cena do crime para simular um confronto armado — e abuso de autoridade. O crime ocorreu em 12 de julho de 2024, no Contorno Leste, próximo ao bairro Pedra 90, em Cuiabá. 

Os militares alegaram confronto armado, mas a investigação revelou que as vítimas estavam desarmadas e que a cena foi manipulada. Segundo a denúncia, Pedro, Walteir e Jhuan haviam roubado um veículo e, durante a perseguição policial, foram atingidos por disparos.

Walteir foi perseguido e morto, Pedro foi alvejado no peito e Jhuan conseguiu fugir. A arma utilizada pelos policiais foi apreendida, e a perícia constatou que ela também foi usada no assassinato do advogado Renato Gomes Nery.

Nery morreu aos 72 anos, atingido por disparos de arma de fogo no dia 5 de julho do ano passado, em frente ao seu escritório, na Capital. O advogado foi socorrido e submetido a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas morreu horas após o procedimento médico. As investigações da DHPP apontaram a disputa de terras como a motivação para o homicídio.





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