O prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), voltou a fazer na tarde de hoje denúncias graves de um suposto envolvimento de vereadores com a organização criminosa Comando Vermelho. Nesta quinta-feira (7), ele revelou que alguns parlamentares receberam ofertas de até R$ 200 mil para venderem seus votos na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal.

Ele garantiu que dará os "nomes aos bois" dem denúncia a ser encaminhada ao Ministério Público e ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). "A gente recebeu informações e estamos apurando. Não posso confirmar ainda de que alguém teria pego um dinheiro emprestado com um líder do Comando para poder cooptar vereadores e conseguir votos para determinada chapa. Até mesmo vereadores estariam sendo assediados ou ofertas que estariam circulando na casa de R$ 200 mil o voto", revelou. 

Abilio defende o nome da vereadora eleita Paula Calil (PL) para presidir a Casa de Leis, que conta com o apoio de 14 colegas. No entanto, a atual base do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) defende o nome de Jefferson Siqueira (PSD) que diz possuir 12 aliados.

O bolsonarista disse que quer no comando do Legislativo alguém que tenha uma conduta ilibada. "Gostaríamos muito que vocês escolhessem uma pessoa com a conduta ilibada, de representar a sociedade e que não tenha ligação, aproximação ou afinidade com facções criminosas porque a gente não pode ter a Câmara em páginas policiais. Olha lá o vereador preso na PF, eram três vereadores que estavam na suspeição. Tem deputado suspeito de envolvimento com alguma coisa também", disparou o futuro gestor numa insinução aos vereadores Paulo Henrique (MDB), Marcus Brito (PV) e o deputado estadual Juca do Guaraná (MDB). 

Paulo Henrique chegou a ser preso na Operação Pubblicare, um desdobramento da Operação Ragnatela, da Polícia Federal. Ele é suspeito de cooptar servidores públicos para atuar em prol do Comando Vermelho.

Já o deputado em questão é Juca do Guaraná, que presidiu a Câmara antes de ir para a ALMT. O nome aparece no documento que embasa a denúncia contra o correligionário. 

MOÇÃO DE APLAUSOS

Como se não bastasse, Abilio trouxe à baila que Jefferson Siqueira deu uma moção de aplausos a Gilmar Machado da Costa, apontado como membro de uma facção, tendo sido preso e condenado por tráfico de drogas. "Tem vereador que deu moção de aplauso para cara do Comando. Está de brincadeira, olha o nível que a Câmara está, reconhecendo liderança de Comando como líder comunitário, como pessoa de relevância para a sociedade e esse vereador quer ser candidato a presidente da Câmara. Eu posso deixar um negócio desses? E o cara fica irritado comigo", desabafou Brunini.